532. Revista Abramus #47
Publicado em 31/05/2023.
Através de convidados especiais e jornalistas renomados abordamos nesta nova edição desde as percepções acerca da Filarmônica de Paris através de Zeca Camargo até a homenagem ao rapper Sabotage.
Mas, para que você possa entender um pouco mais dos temas e matérias, além trazer para você que não tem tempo, um breve resumo do que pode encontrar – e que sabe até o instigar a ler na íntegra – na Revista Abramus, segue um rápido giro do que você precisa saber!
Vamos lá?
Matéria escrita e liderada por Sérgio Martins, reside a capa da Revista Abramus #47, e apresenta um bate-papo com o cantor e compositor Tiago Iorc. O artista relata um pouco do seu tempo sabático em Los Angeles, após o sucesso de seu último disco “Troco Likes”, e agora, com contrato fechado com a gravadora Som Livre, para o novo disco “DARAMÔ”, relata sua atenção em manter a qualidade musical uno ao desafio do alcance popular.
Dentro do quadro “Ponto de Vista”, o renomado artista Zeca Camargo, retrata sua experiência na vista à exposição “Basquiat Soundtrack”, na Filarmônica de Paris. A proposta da mostra foi unir arte pop e música através de exemplos de parcerias entre artistas, como Jeff Koons e Lady Gaga, Kanye Ser e George Condo e outros.
Apollo Nove provoca um tema de tom ansioso elencando a agilidade que as informações hoje em dia são absorvidas, ou que ao menos, tentam ser. Um comportamento fruto da tecnologia e que reflete nessa nova geração, tende a desejar e viver emoções de forma ágil, não refletindo sobre as frustrações e informações ao redor. O consumo se torna cada vez mais rápido e superficial.
A matéria e entrevista feita por Sérgio Martins retrata a vida e legado do rapper Sabotage, unindo falas e percepções de membros de sua família, assim como a equipe envolvida na preservação e promoção do legado do artista.
O grande cantor e compositor Ivan Lins, compartilha com Belinha Almendra no quadro “Grandes Compositores” as experiências de vida, e como se desenvolveu um artista autodidata, conquistando milhares de fãs por todo o mundo. O compositor abrange mais de 600 composições registradas, 10 indicações ao Grammy e 90 trilhas sonoras para filmes e novelas.
Em “Artigo Especial”, Manuel Filho elenca o ano de 1973 como o grande ano de produção artística, baseada na resistência, desafios e limites que a classe artística ultrapassou, mesmo em momento tão delicado politicamente.
Essa coragem trouxe novos experimentos musicais para cena artística e uma nova perspectiva para essa nova sociedade que se apresentava.
Confira aqui todas as matérias e entrevistas na íntegra, e saiba muito mais sobre cada uma das novidades, e grandes curiosidades da história musical brasileira.
533. Sintonizando com Henrique Casttro
Fotos: Marcel Bianchi.
Publicado em 04/06/2023.
Nascido em Pedro Afonso, no Estado do Tocantins, em 1992, Henrique desde cedo mostrou interesse pela música e começou a desenvolver suas habilidades como autodidata. A paixão pela música fez com que se dedicasse a aprender a tocar violão e a aprimorar suas técnicas vocais. Mudou-se para Goiânia em 2011 em busca de seu sonho, enfrentou adversidades, mas sua persistência o ajudou a não desistir do seu caminho.
Suas composições passaram a ganhar notoriedade e começaram a chamar a atenção de artistas renomados. Grandes nomes da música sertaneja, como Jorge & Mateus, Gusttavo Lima, Marília Mendonça e muitos outros gravaram suas composições. Sua sensibilidade e habilidade em transmitir emoção por meio das palavras fizeram com que suas músicas se conectassem com o público de maneira autêntica.
Além de suas composições que são sucessos nas vozes de outros artistas, Henrique Casttro também é cantor e tem uma carreira solo em ascensão.
Com uma trajetória ascendente e um talento inegável, Henrique Casttro certamente continuará a deixar sua marca na música brasileira.
1 – Quando você descobriu que tinha talento para compor?
Eu descobri que tinha talento para compor com 12 anos de idade. Na verdade, com uns 8 anos eu já escrevia poesia e colocava na bolsa das meninas na escola. Eu adorava escrever poesias e palavras rimando. Mas com 12 anos que eu comecei a tocar um pouquinho de violão e fazer minhas poesias virarem música. Foi quando a música me encontrou pela primeira vez.
2 – Em que as adversidades que você encontrou pela sua trajetória te ajudaram a crescer na sua carreira?
As adversidades ajudam a gente a crescer e nos trazer maturidade, elas nos mostram que a gente ainda não está preparado e faz com que a gente se prepare mais ainda para que a gente seja merecedor no momento que a benção vier. Então, toda vez que a coisa não está favorável a gente trabalha para que ela fique o mais favorável possível.
3 – Como você conseguiu ter sua primeira música gravada por um grande artista?
A minha primeira música foi gravada por dois ídolos, a dupla João Bosco e Vinícius. E a música foi “Não Era Você”. Eu já tinha umas músicas gravadas, mas a primeira música de trabalho que tocou no Brasil inteiro foi esta canção. Eu fiz uma amizade com João Bosco numa pescaria, e a gente virou amigo nessa pescaria, trocamos contato e fizemos uma amizade bem legal, bem saudável. Depois, em seguida, eu enviei uma mensagem para ele e mandei a música “Não Era Você” então ele gravou e foi assim que aconteceu a primeira música de Henrique Casttro, na música sertaneja, de Norte a Sul do Brasil.
4 – Suas músicas estão sempre no TOP10 das mais tocadas no ano. Além do seu talento, ao que você atribui todo seu sucesso?
Eu atribuo o meu sucesso ao trabalho, à dedicação, ao amor, às minhas orações, aos meus pés no chão de acordar todo dia com “sangue no olho” para ir trabalhar. E eu acho que o sucesso é aquilo que você ama fazer e eu amo fazer música. Então eu acho que a junção de todos esses fatores que é correr atrás, trabalhar, perseverar, acreditar, buscar, ter fé e amar o que eu faço, faz com que eu viva constantemente o sucesso.
5 – Você tem investido também na sua carreira como artista (além de compositor). Quando você tomou essa decisão e como tem sido essa transição?
Na verdade, eu fui um cantor que virou compositor por um tempo e que agora eu estou lutando para fazer a transição de compositor para cantor. É uma transição muito difícil nos bastidores. Mas para aquelas pessoas que ainda não me conhecem e que estão tendo o primeiro contato comigo como cantor, eu quero que saiba que eu já tenho catorze anos de estrada e tem apenas oito anos que eu componho profissionalmente. Eu já cantava antes e a composição eu descobri no meio do caminho e devo tudo a composição, a experiência que eu tenho, todas as coisas que eu construí. Então, eu sou muito grato a composição e espero nunca parar de compor, vou continuar compondo e agradeço muito a Deus por estar começando minha carreira tão bem e tão bem servido de músicas. Se não fossem todos estes anos compondo para vários artistas, com certeza eu não eu não teria um repertório tão completo, tão bem feito e tão pensado quanto o que eu tenho agora para lançar. Então, eu estou muito feliz e ansioso para lançar o resto do DVD para vocês e doido para fazer essa transição de um jeito natural e tranquilo pra que as pessoas possam me aceitar e ouvir o meu som.
6 – Seu novo sucesso “Abuso de Poder”, com participação de Jorge e Mateus, atingiu 2 milhões de visualizações em apenas 4 dias. Como foi o processo de criação e a escolha desta música e da dupla para fazer o feat com você?
Eu estou muito feliz com esse momento da música “Abuso de Poder”, de ter atingido dois milhões de visualizações em apenas quatro dias. Essa é uma composição minha, do Elvis Elan, do Ricardo Vismark e do Ronael, de nós quatro. A gente queria apostar em algo diferente, porém algo mais simples. E a gente queria colocar um flow, um pouco da vertente do trap junto com o sertanejo, e assim nasceu “Abuso de Poder”. Eu mandei mais duas opções para o Jorge e Mateus terem três opções juntamente com “Abuso de Poder” e para escolher a participação. E obviamente esta música entre as três opções, era mais diferente. E a dupla que escolheu esta música, eu meio que fui um pouco tendencioso para escolher ela. Mas fiquei muito feliz por eles a terem escolhido, e me senti mais seguro ainda para gravar ela com eles.
7 – Você vai lançar um DVD ao vivo em Goiânia. Pode nos contar mais sobre este projeto?
Vou lançar meu DVD Ao Vivo em Goiânia e o que eu posso contar é que foi um repertório pensado durante três anos, onde eu vinha pensando e buscando a minha identidade. Tanto é que a gente surpreendeu todo mundo com o estilo musical, com o som. Porque queria fazer algo novo, algo diferente, mas o mesmo tempo algo que fosse a minha verdade. E eu acho que eu me encontrei muito nesse disco e podem esperar que vai ser um sucesso, em nome de Jesus, e eu estou muito ansioso para mostrar o restante do disco para vocês.
8 – Quais os seus projetos futuros?
Meus projetos futuros é trabalhar muito, viajar o Brasil inteiro levando um show, levando minha alegria, minha arte e minha música para todo mundo. Eu acho que só falta isso para eu fechar o ciclo, que é eu ver as pessoas cantando as músicas que a minha voz interpreta. Então eu não vejo a hora disso acontecer e estou muito feliz e muito ansioso para viver esses momentos com todos vocês. E os projetos futuros vão depender muito do jeito que vocês vão recepcionar este disco, que foi feito com muito amor e muito carinho.
Siga Henrique Casttro em:
534. Replay de maio
Publicado em 07/06/2023.
Aos 70 Anos, Lulu Santos celebra vitalidade e versatilidade artística. Cantor, compositor, guitarrista, apresentador e grande colaborador de composições, o artista foi homenageado em nosso blog.
Confira na íntegra aqui os 70 anos de Lulu.
A cantora e compositora Priscilla Alcântara, foi tema do nosso quadro “Associado Abramus”, e compartilhamos um pouco da trajetória desse multiartista que está na telinha e nos palcos desde a infância.
Conheça um pouco mais sobre a carreira de Priscilla aqui.
Nesta edição do “Me ajuda, Abramus” em nosso Instagram, você encontra o passo-a-passo de como cadastrar suas obras de maneira correta, dentro da nossa plataforma. Pontos de atenção primordiais para o artista que está se habituando ao portal digital de cadastro, e poderá ter suas dúvidas sanadas a partir do nosso post especial.
Quer conferir? Clique aqui.
O relatório do Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), já se encontra online e disponível para análise, consulta e pesquisa. Os dados encontrados apontam destaques relevantes do ano de 2022.
Entenda mais aqui.
A Revista Abramus #47 voltou em sua edição #47, apresentando muitas novidades. Nela, você encontra: capa com Tiago Iorc e seu novo momento junto à Som Livre, homenagem ao rapper Sabotage, o produtor Apollo Nove relatando a tendência das #SpeedupSongs, Zeca Camargo em experiência multissensorial em exposição intercultural entre Basquiat & Pop, Ivan Lins compartilhando sua vivência como grande compositor de mais de 600 músicas e o retrato de 1973 e os processos da Música Brasileira neste ano.
Tudo isso e um pouco mais, você confere em nossa edição. Leia na íntegra aqui.
535. As diferentes formas de monetização de músicas
Publicado em 14/06/2023.
Foto: Freepik.
No cenário da música muito é falado que a maneira mais ágil de rentabilizar uma carreira é através de shows. Porém, existem diversas funções dentro da cadeia de produção que não necessariamente “sobem” ao palco, como por exemplo o compositor sob demanda, o artista digital que vive através de lives, ou através dos royalties gerados nas plataformas digitais, e por aí vai.
Hoje, vamos elencar algumas dessas maneiras que ajudam tanto os artistas a terem mais clareza sobre as diversas maneiras que se pode obter resultado financeiro no meio, como também, formatos, áreas e ferramentas que estimulam outras oportunidades, incentivando assim a criatividade quando se trata de multiplicar a renda através de um, ou mais produtos fonográficos.
Vamos nessa?
Entre as diversas formas possíveis de gerar renda na música, estão:
Um dos caminhos para expor sua música em espaços digitais de streaming como o Spotify, Deezer, Apple Music, Tidal e outros apps semelhantes. Nestes, é possível a rentabilização das faixas através do número de plays obtidos em cada música. A partir do milésimo play a faixa inicia a sua monetização. E segue gerando renda ao longo do tempo/quantidade que for sendo consumida pelo público.
Já no Youtube, a monetização também ocorre a partir do momento que se atinge mil seguidores e quatro mil horas assistidas no canal. Após essas metas serem atingidas, é possível adquirir um dólar a cada mil visualizações. Este caso é ideal para clipes, visualizações ou músicas com templates estáticos e pequenos gifs.
No caso de ter uma editora parceira à sua carreira, o trabalho dela será buscar oportunidades para sua música enquanto você poderá focar em realizar outras composições e ações musicais. Obtendo essas sincronizações que a editora estará a frente, você amplia suas possibilidades de inserir sua música como trilha de peças publicitárias, séries, filmes e outros formatos audiovisuais que necessitam de produto fonográfico como complemento.
O licenciamento é necessário quando alguém deseja utilizar uma música em determinados contextos. Existem diferentes tipos de licenças musicais, dependendo do tipo de uso pretendido, como a sincronização em obras audiovisuais, anúncios, vídeos, gravação de cover, versão remix, uso gráfico, entre outros. O processo de licenciamento envolve obter a autorização dos detentores dos direitos da música, geralmente através de acordos contratuais e o pagamento de taxas ou royalties.
Nas principais parcerias que o mercado fonográfico elenca, estão os casos de feats, clipes, propagandas publicitárias e outros formatos de patrocínio de marca sobre a carreira de um artista ou algum derivado de seus produtos fonográficos. Um exemplo é a utilização da marca artística, a influência e o rosto de um determinado artista para promover um novo produto como perfume, roupa e outros. Ou até mesmo, patrocinar um videoclipe com a intenção de inserir o produto a ser promovido dentro do roteiro conectando a influência do artista com a marca patrocinadora, focando em fomentar o consumo dentro do público alvo do artista já pré formatado.
Existem muitos artistas que não possuem seu home studio ou renda para produzir uma música do zero, ou até mesmo que não são compositores. E tudo bem, até porque esta é mais uma forma de girar a roda do mercado, e cada um poder focar no que faz de melhor. Nessa possibilidade “mora” a oportunidade de venda de letras e beats. Para os beats, a mesma coisa, pois existem muitos letristas que não são produtores musicais, e tudo que precisam é do beat que acompanhe sua criatividade latente nas letras.
Essas são apenas algumas das maneiras possíveis de gerar renda dentro do mercado musical para além dos shows, que ainda segue sendo uma das formas mais ágeis de retorno financeiro dentro de uma carreira musical.
De qualquer maneira, vale sempre a atenção, pois afinal de contas, este é um meio que tem se renovado constantemente também a partir de inovações tecnológicas e ferramentas que vão surgindo ao longo do tempo.
Você conhece outras maneiras?
Compartilhe conosco e outros colegas músicos, certamente você poderá estar inspirando alguém.
536. Sintonizando com Danilo Caymmi
Foto: Armando Paiva.
Publicado em 18/06/2023.
Por Belinha Almendra.
Com direção de produção de Ana Terra e direção artística de Danilo Caymmi e Ana Terra, “Cheiro Verde” foi um dos álbuns pioneiros da produção independente, que ganhou força no mercado brasileiro na virada da década de 1970 para 1980. Danilo Caymmi conversou com o Sintonizando sobre o relançamento de sua estreia fonográfica.
1 – Já em seu primeiro disco solo você lançou clássicos do seu repertório. Como foi a experiência de gravá-lo, em 1977?
“Cheiro Verde” é uma produção independente, gravada na esteira do disco “Feito em Casa”, do Antônio Adolfo, o pioneiro nesta experiência: eu fui o segundo. Ele nos passou todos os endereços onde poderíamos vendê-lo e nós viajávamos, Ana Terra e eu, com os discos debaixo do braço. Foram três mil cópias e a gente vendia diretamente, com nota fiscal, tudo direitinho. Como era uma produção independente, eu chamei músicos amigos para fazerem este trabalho comigo. Era um esquema colaborativo que se fazia muito na época: um tocava no disco do outro. A experiência de gravar “Cheiro Verde” foi maravilhosa, principalmente por conta do contato direto com o lojista, que não tinha nada a ver com o meu mundo de artista, viajando pelo Brasil às vezes até com a minha filha Juliana ainda pequena. O disco se popularizou muito, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, e virou um item “cult”. Fico muito feliz que ele esteja chegando agora ao alcance de todos.
2 – Há vários músicos de Minas Gerais em “Cheiro Verde”: a música dos mineiros o influenciou?
Eu não diria a música de Minas Gerais, mas a música que se fazia naquele momento. Quando os músicos e compositores mineiros chegaram ao Rio, trabalharam muito com os músicos cariocas, dentro daquele movimento que viria a ser chamado depois de Clube da Esquina. Além de mim, cito como exemplos Paulo Jobim, Paulo Guimarães, Maurício Maestro, vários músicos. Mas foi uma coincidência ter reunido vários músicos mineiros neste disco: na verdade, era o pessoal com quem a gente trabalhava muito no finalzinho dos anos 70, do meu círculo de amigos. Eu havia gravado no primeiro disco do Milton Nascimento, que sempre foi um amigo da família, então o convidei para participar deste meu disco de estreia.
3 – “Cheiro-verde” chegou a ser lançado em CD no Brasil, antes de chegar às plataformas?
As pessoas cobravam muito, porque o disco não chegou a ser lançado por aqui em CD, só no exterior. Virou uma raridade, um item de colecionador difícil de encontrar. Por isso também eu fico muito feliz com a oportunidade de relançá-lo, tantos anos depois. Ele tem músicas como “Codajás” (parceria com Ronaldo Bastos), que foi gravada brilhantemente pela Nana Caymmi, e ainda “Pé sem Cabeça”(parceria com Ana Terra), gravada pela saudosa Elis Regina.
Foto: Marcelo Ferreira.
4 – Dizem que foi Tom Jobim quem o intimou a voltar a cantar, quando você já integrava a Banda Nova, nos anos 1980. Foi assim mesmo?
Exatamente! Fui contratado para tocar flauta na Banda Nova, o Paulinho Jobim me chamou, mas o Tom sentiu que havia ali um potencial na minha voz e me chamou para cantar em dois solos importantes: “Samba do Avião” e “A Felicidade”. Isso foi um incentivo muito grande para mim, corri para aprender a colocar melhor a minha voz, entendê-la como um novo instrumento, porque em “Cheiro Verde” eu ainda não cantava no meu registro de barítono. Agarrei essa oportunidade com firmeza e a partir daí segui na minha carreira como cantor, já pela mão do grande Roberto Menescal, que me deu estrutura para gravar o meu primeiro disco de sucesso pela gravadora EMI.
5 – Mudando de assunto, você acredita que o setor cultural já tenha retomado o ritmo de antes da pandemia?
Acho que ainda não voltamos ao que era antes da pandemia. Além da pandemia, tivemos políticas públicas totalmente contrárias à cultura. Foi muito triste tudo o que aconteceu, mas o que sinto no momento é que, progressivamente, as coisas estão atingindo o ritmo normal. Temos a volta dos incentivos, a Lei Rouanet, a Caixa Econômica, assim como a Petrobras, empenhadas em investir na cultura. Estamos voltando gradativamente, eu acho que essa é a palavra certa.
6 – Quais os seus planos para o futuro? Pensa em um novo álbum?
Estou focado no álbum que estou gravando agora, que pretendo terminar ainda no mês julho. É um disco bem datado que vai se chamar “Andança, 55 anos”, no qual gravei várias canções dentro deste contexto, com obras muito bonitas e de extrema qualidade. Estou finalizando este projeto e quero lançá-lo assim que ficar pronto, nas principais plataformas de música.
Foto: Isabela Kassow.
Seguindo a trilha de Antônio Adolfo, pioneiro na produção independente com o seu “Feito em casa”, Danilo recorda: “A experiência de gravar o “Cheiro Verde” foi maravilhosa, principalmente por conta do contato direto que tivemos com os lojistas, um universo que não tinha nada a ver com o meu mundo de artista, de músico. Eu viajava com a Ana Terra pelo Brasil levando as três mil cópias do disco que fizemos. Hoje ele se popularizou principalmente na Europa e nos Estados Unidos, é quase um item icônico, o que me deixa muito feliz. Faltava estar disponível nas plataformas de música”.
A canção que dá título do álbum é uma das cinco parcerias de Danilo Caymmi e Ana Terra incluídos no projeto. A compositora assina ainda a direção de produção e divide com Danilo a direção artística do “Cheiro Verde”. “Foi uma grande aventura desde o início. Descobrimos com o Antônio Adolfo que havia uma outra forma de produção, a independente, e que Danilo poderia gravar suas próprias composições com sua bela voz herdada da mãe cantora Stella Maris, nascida em Minas Gerais, de quem herdou a “mineirice” citada na faixa de abertura do disco: ‘vou por aí levando um coração mineiro…’”, pontua Ana Terra. “Eu aprendi fazendo: criei a Ana Terra Produções para viabilizar todo o processo”, complementa.
Danilo escolheu as canções e, por se tratar de uma produção independente, passou a convidar os músicos para a empreitada: “Convidei o meu círculo de amigos para fazer este trabalho comigo, naquele esquema colaborativo muito comum na época, finalzinho dos anos 1970: um fazia parte do disco do outro”, conta Danilo.
O time era de craques, a começar por Milton Nascimento com vocais em duas faixas, (“Racha Cartola” e “Lua do Meio-Dia”); além dele, Nelson Angelo (guitarra), Novelli e Fernando Leporace (baixo), Airto inal de julho ou agosto devo colocar nas principais plataformas.
537. A linha do tempo musical
Foto: Freepik.
Publicado em 21/06/2023.
A música é uma forma de arte universal que tem o poder de nos transportar para diferentes épocas e culturas. Desde as batidas primitivas dos tambores tribais até os complexos arranjos das sinfonias e bandas modernas.
Ela, que tem evoluído ao longo dos séculos, refletindo a sociedade, as emoções e os avanços tecnológicos de cada período, nos apresenta e representa na história mundial muito além dos algoritmos em plataformas digitais.
Ela conta como chegamos até aqui.
Hoje, embarcaremos em uma jornada pela linha temporal da música, explorando as principais eras e seus estilos.
Vamos lá?
Nossos primeiros passos nesta viagem nos levam à era antiga, onde a música desempenhou um papel fundamental nas primeiras formas de civilização. Desde as canções de adoração dos sumérios até os hinos gregos, a música era usada para celebrar os deuses, contar histórias e expressar os sentimentos mais profundos dos povos da época.
Nestes períodos a música estava estreitamente ligada à religião e à corte. Os cânticos gregorianos ecoavam nas igrejas, enquanto os trovadores e as canções seculares encantavam a nobreza. Com a chegada do Renascimento, surgiu uma explosão de criatividade com compositores como Palestrina e Monteverdi, deixando um legado que conscientemente ou não, permeia muito do que criamos até os dias de hoje.
Já na Era Barroca, surgem os estilos musicais mais elaborados e ornamentados, mas ainda frequentemente associados às cortes e igrejas.
Nomes de destaque dessa época: Bach e Vivaldi, que deixaram sua marca com composições ricas em detalhes e técnicas virtuosas.
Este período trouxe consigo uma estética mais equilibrada e controlada. As sinfonias de Mozart, Haydn e Beethoven se tornaram referência desse momento mundial, com estruturas musicais mais claras.
A música clássica se expandiu para além das cortes, ganhando popularidade entre a burguesia emergente. Iniciamos um novo período norteado à popularização do criativo musical.
Chegando no século XIX, o movimento romântico transformou a música, trazendo à tona as emoções intensas e a expressão individual.
Compositores como Schubert, Chopin e Tchaikovsky trazem à tona temas como amor, paixão e tragédia em suas obras, e a orquestra sinfônica ganhou novas dimensões, sendo o Piano o instrumento de maior destaque.
E finalmente chegamos nela, a Música Popular!
Com a chegada do século XX, a música popular começou a ganhar espaço. A cultura do jazz emergiu nos Estados Unidos, liderada por figuras como Louis Armstrong e Duke Ellington.
E, ao longo do século, o Rock ‘n’ roll, o Blues, e o Jazz foram criando forma, assim como se difundindo em novos gêneros. Hoje, em pleno 2023 há gêneros e subgêneros infinitos, que inclusive, se renovam e geram novas categorias de tempos em tempos.
Quem já se deparou com o momento de classificar seu fonograma em uma associação de compositores ou até mesmo em uma distribuidora, já deve ter percebido as inúmeras possibilidades de seleção de gêneros e subgêneros disponíveis.
Enquanto houver tecnologia, haverá mudança.
Tanto que para após da “estabilidade” do período da Música Popular, se pudermos considerar ainda um novo momento que se apresenta, é a criação musical através de Inteligência Artificial.
Talvez daqui algum tempo, também entre como uma classificação de período dentro da história musical do mundo.
Mas aí, é um assunto para um próximo momento.
E, você? Qual você acha que será o futuro da música?
538. Pagamento de JUNHO disponível!
Publicado em 26/06/2023.
O pagamento de JUNHO já está disponível!
Confira as rubricas contempladas este mês:
Clique aqui e veja as definições das rubricas.
Mantenha sempre seu cadastro atualizado em cadastro.titular@abramus.org.br
539. Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+
Foto: Freepik.
Publicado em 28/06/2023.
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ é uma celebração de grande importância tradicionalmente comemorada em 28 de junho. Este dia é uma ocasião para lembrar as lutas históricas que pavimentaram o caminho para a igualdade de direitos e a visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+.
A data tem suas raízes na Rebelião de Stonewall, um evento marcante que ocorreu em 28 de junho de 1969, no Stonewall Inn, um bar frequentado predominantemente pelo público LGBTQIAPN+ na época em Nova Iorque. Naquele tempo, a discriminação e a violência contra a comunidade eram amplamente tolerados pela sociedade, e as leis eram frequentemente usadas para criminalizar e marginalizar pessoas com base em sua orientação sexual ou identidade de gênero.
No entanto, naquela noite fatídica, a comunidade LGBTQIAPN+ se uniu e resistiu à opressão e à discriminação. Em uma demonstração corajosa de força e determinação, os frequentadores do Stonewall Inn enfrentaram a polícia em uma série de protestos e confrontos. Essa rebelião se tornou um símbolo de resistência e marcou o início de um movimento de luta pelos direitos LGBTQIAPN+.
Em reconhecimento à importância histórica de Stonewall, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tomou uma medida significativa em 2016. Ele oficialmente designou o Stonewall Inn e os arredores como o primeiro monumento nacional LGBTQIAPN+ do país. Essa ação foi um marco na luta pelos direitos LGBTQIAPN+ e um momento de celebração para a comunidade.
Embora tenham sido alcançados avanços significativos na luta pelos direitos, ainda há muito trabalho a ser feito. Muitas pessoas enfrentam discriminação, violência e falta de proteção legal em suas comunidades. É por isso que o simbolismo da data também serve como um lembrete de que a igualdade e a inclusão devem ser buscadas incansavelmente em todos os aspectos da sociedade.
Por isso, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ é uma oportunidade para celebrar a diversidade, a coragem, a resiliência e as conquistas da comunidade em todo o mundo. É uma chance de reafirmar nosso compromisso com um mundo mais inclusivo, onde todas as pessoas possam viver com dignidade, amor e respeito. É um momento para apoiar, honrar e valorizar as vozes da comunidade e reconhecer a sua importância na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Nesta data, reafirmamos nosso apoio e solidariedade à comunidade LGBTQIAPN+ ao redor do mundo, reconhecendo suas lutas, conquistas e a importância da diversidade e inclusão.
Juntos, podemos construir um futuro mais inclusivo e acolhedor para todos!
540. Sintonizando com Mayara Puertas
Publicado em 02/07/2023.
1 – Qual sua primeira lembrança cantando?
Desde criança vivi em um ambiente muito musical, minha mãe é muito afinada. Cantar era uma rotina para nós.
2 – Quais foram e são suas influências vocais?
Minhas influências vem do Rock e Metal. No gutural, me inspiro em vozes como George Fisher (Cannibal Corpse), Rachel Van Mastrig (Sinister), Sabina Classen (Holy Moses) e Peter Tägtgren (Hypocrisy). No melódico, posso citar André Matos (Angra/Shaman), Sharon Den Adel (Within Temptation) e Bruce Dickinson (Iron Maiden).
3 – Como é estar em frente a uma banda de metal?
Desde que entrei no Torture Squad, estou à frente não só como cantora, mas também componho e participo das decisões da banda. É algo que me dedico todo o tempo, e que me proporcionou oportunidades únicas como tocar no Rock in Rio e viajar ao redor do mundo.
4 – Como anda a cena do metal nacional? Sente que as mulheres estão cada vez mais envolvidas?
Sem dúvidas é o melhor momento para nós, as bandas com maior evidência no nosso cenário são formadas por mulheres, e observo cada vez mais o surgimento de novas bandas com mulheres em diversos instrumentos. Há também uma crescente de profissionais que trabalham no backstage e produção.
5 – Além de vocalista, você é professora de canto e produtora. Como consegue conciliar tantas funções?
Às quintas e às sextas são dias reservados para ensaios com minha banda. Os demais, divido entre produções e alunos que acompanho. A internet contribui muito com minha dinâmica, 80% do meu volume de alunos está concentrada no meu curso on-line. A atividade mais prazerosa para mim no momento é de produtora musical e artística, onde consigo compor e preparar novos cantores e contribuir com projetos que sou contratada para criar linhas vocais, arranjos e pré-produções.
6 – Sua especialidade é em vocal extremo, e algumas pessoas pensam que este estilo de vocal é simples e que não exige técnica. Como é sua rotina de cuidados com a voz? É mais difícil cuidar do vocal gutural (som rouco e grave profundo) do que limpo?
Existem muitas informações equivocadas sobre cantar com distorções vocais. Mas, felizmente, hoje existe muito material de estudo que desmistifica a imagem de que é algo que causa dano a voz. Você pode ter acesso a cursos de especialização, seminários e até congressos que abordam o tema, frequentemente participo deste circuito como palestrante. Qualquer estilo de canto exige cuidados vocais e preparo adequado, além de uma rotina que favoreça a manutenção da voz.
7 – Além da música extrema, você costuma escutar quais outros tipos de música?
Tenho escutado muito Marina and the Diamonds e Ashnikko nas minhas playlists, mas também gosto de música brasileira, como Secos e Molhados.
8 – Fala pra gente sobre seus próximos projetos e últimos lançamentos?
Este ano o Torture Squad se prepara para lançar um disco inédito no segundo semestre. Tenho algumas colaborações com a guitarrista Paula Carregosa, que devem ser lançados em Julho e também volto a gravar com o projeto Fanttasma. Tenho novidades também no YouTube mostrando os bastidores e dia a dia nas turnês. E nas minhas redes sociais sempre novidades em conteúdo sobre voz equipamentos e lifestyle.
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