E D I T A L
* * * * *
Na Grécia Antiga, há 3.000 anos,
Hécuba apresentava a suas Troianas um modelo de Mulher:
Todos os bens que dão valor à mulher / eu me empenhava em praticar no lar de Heitor./
De início, há lugares que uma esposa,/ mesmo procedendo bem, só por freqüentar /
merece a acusação de não se dedicar à casa./ Longe de procurar lugares desse tipo /
eu ficava só no lar e tinha mil cuidados / para impedir que transpusesse suas portas /
a vil maledicência própria das mulheres./
Uma boca silenciosa, um rosto sempre sereno,
eis o que eu oferecia a meu esposo.
Essa imagem de silêncio, repressão, passividade e submissão é o oposto da que, 20 séculos depois, a geração feminina dos anos 60/70 viria exibir, ao fazer de sua fala, de suas manifestações e de sua ação, uma outra forma, ativa e diversa, de estar presente no mundo.
O que traria grandes transformações não só na visão da figura feminina como em sua relação com o parceiro masculino e demais relações dentro da sociedade e da cultura. Transformações que iriam também, necessariamente, mudar sua expressão na cena que espelha sua ação neste mundo – o teatro.
Um desafio para os autores que buscavam retratar essa personagem e sua nova forma de ser e agir. Um desafio sobre tudo para as autoras que começavam a se expressar, a ser vistas e ouvidas, não mais faladas “por”, e sim “assumindo fala própria e diversa”.
A noção da Diferença viria a permear o discurso feminino e trazer um dado novo e revelador à riqueza da pluralidade, da diversidade e da troca que marcariam as décadas finais do século.
Conhecer, portanto, as autoras que as expressaram, com marca própria de visão e fala, é algo não só necessário e válido, como pode ser fecundo e gerador de novos rumos.
A partir dessas premissas, que estão entre os fundamentos permanentes de sua atuação na área sociocultural, o Projeto Anna Magnani, criado e coordenado por Maria Helena Kühner e aProAutores.com, nascida na Argentina que, desde 2010, está voltada para a promoção dos autores, de e em toda a América Latina, contataram-se à “La Scrittura della Differenza”.
Este evento nasceu em Barcelona (Espanha) em 1999, em colaboração com a SGAE (Sociedad General de Autores y Editores), estendeu-se à Itália, daí se ampliou a vários países da América Latina (abrangendo hoje 8 países), e é organizado pela Compagnia Teatrale Metec Alegre e dirigido pela dramaturga Alina Narciso.
E é dessa coincidência de objetivos que já resulta o Capítulo Brasil do Concurso de Dramaturgia Feminina 2014, aberto à participação de autoras de todo o Brasil, com a missão de difundir e promover, tanto no país quanto no exterior, as dramaturgas brasileiras.
Sem dúvida este Concurso, por sua importância e características, marcará um importante acontecimento, desde o que aumentará a visibilidade da criação cultural de nossas autoras, projetando-as a futuros eventos internacionais, bem como trazendo à cena sua temática, visão, realidade e linguagem, que serão objeto de uma programação multimídia (publicações, leituras, debates, veiculação em rádio etc.) de cunho e abrangência nacional.
Gravação em rádio, para veiculação da obra premiada em 96 emissoras públicas e 400 rádios comunitárias.
Gravação em rádio, para veiculação das obras premiadas em 96 emissoras públicas e 400 rádios comunitárias.
Gravação em rádio, para veiculação das obras premiadas em 96 emissoras públicas e 400 rádios comunitárias.
As premiações deste Concurso serão anunciadas publicamente na
VII Bienal Internacional de Dramaturgia Feminina
“La Scrittura della Differenza”
que ocorrerá na Havana – Cuba, de 8 a 15 de março de 2015
5. Será aceita somente uma obra por autora, que a assinará com pseudônimo.
6. As obras deverão ser apresentadas em papel tamanho A-4, fonte Arial corpo 12, espaço 1,5 e com duração prevista de 60 a 90 minutos.
No interior desse envelope deverão colocar os seguintes dados:
Uma declaração jurada, de próprio punho e assinada, que garanta que a obra é inédita à data do encerramento do edital (30 de novembro de 2014), bem como que a mesma não viola qualquer propriedade intelectual existente, cujo conteúdo possa levar a uma ação judicial ou reclamação.
Concurso de Dramaturgia Feminina
Rua Miguel Lemos, 114 / 902
22071-000 – Rio de Janeiro – RJ
O carimbo postal validará a data de recepção, caso a entrega se realize com posterioridade ao dia 30.11.2014.
Este Júri expedir-se-á no dia 16 de fevereiro de 2015. Até que o Júri não conclua sua função, as peças apresentadas neste concurso não poderão ser encenadas nem apresentadas em outro concurso.
A decisão do Júri será inapelável e qualquer circunstância não prevista nestas bases, será resolvida pelo Comitê Organizador.
16. Para maiores informações, as participantes poderão entrar em contato com a Coordenadora do Concurso, Sra. Maria Helena Kühner, por e-mail: dramaturgia@proautores.com ou pelo telefone: (21) 3025-2402