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Sintonizando com Nany People

Ela é a diva do humor e do stand-up, mas também faz trabalhos de drama e tragédia. Seu talento é versátil, sua dedicação e amor pelas artes reluz em todos os seus trabalhos. Nany People é uma artista ímpar e dona de uma luz própria!  

Com muita sensibilidade e sensatez, Nany People bateu um papo pra lá de especial com a Abramus e contou sobre o início da carreira, trabalhos atuais, projetos futuros e deu dicas pra quem tá iniciando na cena artística.

Vem conferir!

1- Você é uma artista múltipla! É atriz, humorista, comediante, intérprete, cantora, repórter e talentosíssima em tudo o que se propõe a fazer. Fale um pouquinho sobre seus projetos para 2024.

Durante a pandemia, eu aprendi a não fazer planos para mais de três meses. Eu não planejo mais nada a longo prazo, é tudo a médio prazo. Atualmente, estou viajando com cinco solos de teatro. Tem o Tsunani, Deu no que deu, Nany é Pop, Sob Medida – Nany canta Fafá, e o recém estreado Como Salvar um Casamento. Então, eu tenho literalmente salpicado o Brasil de AZ com esses 5 espetáculos de quinta a domingo, às vezes de segunda e terça.

Além disso, também estão rolando as gravações do Caldeirola com Mion, e em agosto, está prevista a gravação do Vai que Cola. Eu também estava desde janeiro até meados de abril fazendo toda quarta-feira o Mesacast do BBB, no Rio de Janeiro.

Estou dividindo minha vida nessa ponte aérea de Rio de Janeiro e fazendo meus espetáculos Brasil afora, do norte ao sul do país.

2- Na maioria das vezes você está envolvida em trabalhos simultâneos e isso mostra o quanto as pessoas acompanham e gostam de tudo o que você produz.

Como você se sente sendo essa artista tão querida e que pra muita gente também é referência e inspiração?

Eu descobri com o tempo que pra muitas pessoas a gente é inspiração, mas para outras a gente é transgressão. Depende da maneira que enxergam você.

Para mim, está sendo tempo de colheita. Eu estou com um grande projeto para 2025 em comemoração aos meus 60 anos de idade. Além de também celebrar meus 40 anos em São Paulo e 50 anos nos palcos.

Voltando ao tempo… o meu contato inicial com a música foi aos quatro anos de idade, numa quermesse. Depois, cantei no Chacrinha aos oito. Fiz aula de canto no Conservatório Poços de Caldas, comecei a cantar em casamentos e assim foi, até que eu também descobri o teatro.

Entrei no curso de teatro e logo participei da estreia de uma peça, aos 10 anos de idade. Desde então, nunca mais desci do palco.

Sobre ser chamada pra AZ, acho que é colheita mesmo. Sou convidada pra filme, teatro e projetos de TV. Eu vou plantando a lavoura e depois chega o momento de colher os frutos. E eu estou na fase de colher os frutos que eu plantei durante a vida toda.

Nesses 40 anos em São Paulo, eu fiz uma história muito bonita. Tanto que na TV eu consegui trabalhar com todos os grandes apresentadores do Brasil. Pra mim, isso tem a ver com o resultado de muito trabalho e sem ter gestor de carreira, sem empresário, sem coach profissional… meu ofício é na labuta do dia a dia, é na entrega do fazer, do acontecer, de dar valor ao que está fazendo e a ser funcional no que se faz! Então, acho que tudo é resultado do que foi semeado no passado!


3-
E ainda falando sobre referências, quem é referência pra você?

Você comenta que as mulheres da sua família e a sua mãe te inspiraram muito.  Quem mais a gente pode acrescentar nessa lista? Quem contribuiu para você se tornar essa potente artista?

Acredito que toda pessoa que passa pela vida da gente, faz a gente olhar as coisas com outro olhar e nos incentiva a sair da zona de conforto.

Eu tenho cinco mulheres na minha vida que me inspiraram muito: minha mãe, Hebe Camargo, Rogéria, Lilia Cabral e Fafá de Belém. Elas me incentivaram a ser quem eu sou.

Outras inspirações também acontecem quando as pessoas vão passando pela sua vida e obrigam você a sair da zona de conforto. Algumas instigam você a fazer melhor o que você já faz, outras incentivam a não ser como elas. Tudo serve de exemplo, do bom ao ruim. Então, eu procuro me inspirar em quem passa pela minha vida. Sempre tem alguma coisa que você pode aprender e sempre tem algo que você pode tornar melhor do que já é!

4- Qual dica você deixa para as pessoas que querem entrar na cena artística. Como começar do zero? Qual caminho seguir?

Você é mineira e veio para SP nos anos 80 para estudar artes cênicas… você teve alguém nessa época para te dar algum direcionamento? Qual mensagem você deixa para jovens que estão vivendo situações parecidas com o que você passou no começo da carreira?

Como diz Fernanda Montenegro: “nós vivemos no tempo do clique”. Já eu, sou da geração dos verbos: fazer, estudar, sonhar e trabalhar. Agora, o verbo é baixar. As pessoas acham que baixar o aplicativo é saber tudo. A primeira coisa que eu digo é: tenha paciência. Tem que ter muita paciência pra esperar tudo acontecer. Existe sempre o tempo e o momento pra tudo que está sob o sol.

Por mais que tenha uma indústria, uma alavanca, uma engrenagem empresarial, que possa fazer sua vida profissional alavancar da noite para o dia, vai ser difícil manter essa alavanca funcionando. O difícil não é entrar no mar aberto, mas é continuar nadando sem naufragar.

O grande trunfo está em continuar fazendo e produzindo. Uma coisa fundamental é estar preparado e amar o que se faz. Ninguém pode entregar o tempo todo resultados sem amar muito o que se faz. Você tem que amar e fazer com gosto, com prazer, com boa vontade e gratidão. Então, acho que a dica é: paciência, muito estudo e longevidade do movimento que está fazendo. Não queira nada de imediato, nada de repente, nada vem de uma hora pra outra.

5- Faça um panorama de como é ser artista no Brasil considerando os anos 1980 x 2024. O quanto evoluímos em relação ao espaço artístico da comunidade LGBTQIAPN+?

A gente evoluiu, sim. Eu sou de um tempo que a comunidade LGBT era chamada de GLS e existia só numa bolha reclusa. Poucos tinham espaço na mídia. Minha grande referência foi Rogéria, que conseguiu expor seu trabalho além do invólucro GLS. Ela era uma grande artista!

Acho que evoluímos muito, mas dar espaço pra todo mundo por “cota” corre o risco de literalmente banalizar a função. Eu vejo isso em trabalhos que eu faço, pessoas são indicadas, mas não estão preparadas para desenvolver a função que foram atribuídas a elas. Eu estou mexendo num vespeiro, mas eu sempre costumo dizer que não adianta dar a chance se a pessoa não consegue fazer o trabalho, a entrega não vai ser boa.

Por isso que eu digo sempre: estude, tente aprender o máximo, faça o que você gosta e tenha paciência!

Atualmente, a cena LGBT entrega trabalhos muito expressivos, tanto na TV, quanto no cinema. É muito importante falar sobre isso, nossa evolução, e principalmente sobre direitos. Por exemplo, eu lutei 18 anos para fazer a mudança do meu nome social. Depois de muita luta consegui fundamentar e formatar meu gênero e meu nome: Nany People Cunha Santos.

6- Você acabou de se filiar à Abramus e é uma honra tê-la como titular na Associação. Conta pra gente o motivo dessa escolha e suas expectativas para essa nova parceria que se inicia.

Acredito que não adianta você ter o talento, mas não oficializar. A música sempre vai tá presente na minha vida e nos meus trabalhos. Eu comecei pela música, ela me levou ao palco para cantar, o palco me levou ao teatro, o teatro me levou à vida.

Agora, se tudo isso não tivesse institucionalizado de algum modo, eu não existiria. Você só existe quando você oficializa seu trabalho.

O fato de eu ter me associado à Abramus é para fazer valer o meu direito e o meu exercício de cantora e intérprete. Eu sou uma atriz que interpreta de drama a comédia, de stand-up a tragédia, e agora também posso me interpretar por meio da música.

Ser associada Abramus é importantíssimo por isso. Eu estou com a expectativa de uma projeção maior no setor musical, de poder cantar, me lançar como cantora, e fazer trabalhos lindos!

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