Com uma voz marcante e letras cheias de atitude, o Sintonizando de hoje te convida a mergulhar no som de Lourena, uma das artistas mais potentes e autênticas do rap nacional.
Carioca, Lourena ganhou os holofotes em 2018, quando sua interpretação de “Quando Você Voltar”, no projeto Grito Acústico, viralizou e emocionou milhares. De lá pra cá, ela só tem subido — conquistando espaço com rima afiada, alma nas palavras e presença de sobra.
Seu nome também brilhou nos volumes 9, 11 e 14 do projeto fenômeno “Poesia Acústica”, onde deixou versos impactantes sobre amor, liberdade feminina e resiliência — pilares da sua escrita tão forte quanto sensível.
Em 2024, Lourena deu um passo marcante: lançou seu primeiro álbum, “Um Pouco de Mim”, uma obra que é pura identidade, entrega e personalidade. E em 2025, ela voltou a impactar com o single “Eles Não Querem”.
Vem sintonizar com Lourena!
O nome do seu primeiro álbum, “Um Pouco de Mim”, sugere uma apresentação de quem você é. Como o álbum reflete a sua identidade e visão artística?
Bom, o nome do álbum, “Um Pouco de Mim”, reflete um pouco da minha identidade, como o título já diz. Mas me sinto como se várias versões de mim fossem ainda surgir, sabe? Ou fossem aparecer ainda para o mundo, visto que eu surgi no rap acústico e depois passei um pouco pelo pop, transitei por um pop rap, um pouco por MPB, e aí trouxe para o álbum tanto R&B quanto rap.
Então, esse trabalho busca trazer um pouco da minha personalidade, demonstrando coisas que eu gosto de fazer, músicas e estilos que eu amo criar e ouvir. A forma como ele reflete em mim é mostrando um pouco de quem eu sou.
Acho que o intuito de todo artista é esse: mostrar um pouco de si, do que gosta de fazer, do que acredita que as pessoas gostariam de ouvir. Então, esse foi o objetivo desse projeto: mostrar um pouco mais de mim mesma, do que eu amo e dos estilos que aprecio.
Muitas de suas letras trazem a ideia de liberdade e empoderamento feminino. Por que é importante incluir essa mensagem nas suas músicas?
Bom, para mim, é muito importante incluir o valor feminino nas minhas músicas e falar sobre liberdade. Não só a liberdade de gênero, mas a liberdade de expressão mesmo. Então, juntando esses dois fatores, sinto que é fundamental sempre que posso abordar esses temas nas minhas músicas, porque eu sempre ouvi histórias de mulheres.
Mulheres que sofreram desde abusos, falta de liberdade e opressão. Então, quando a gente pode falar disso nas músicas, muitas vezes de forma não agressiva, mas sim para alertar e induzir a uma autolibertação, isso é muito poderoso.
Porque, às vezes, é a nossa mente que está presa em certos lugares, né? Então, quando a gente recebe estímulos para sair desses ciclos, começamos a entender que, muitas vezes, são nossas atitudes e ações que vão nos tirar dessa situação.
Para mim, falar sobre isso nas músicas tem muito valor, porque já ouvi tantas histórias como: “Lou, você me ajudou a sair de um relacionamento abusivo”, ou “Lou, você me ajudou a me libertar, a ser mais eu mesma, a sair da depressão”. Quando a gente ouve isso, entende o valor das nossas músicas, o valor das letras.
Por isso, é tão importante falar desses temas nas músicas, porque a música é para todo tipo de pessoa, né? Minha música é para todos os estilos, gêneros e idades. Pense em crianças, jovens, mulheres ouvindo isso. A gente cria todo um novo círculo para essas pessoas a partir do momento que elas escutam músicas assim.
A participação em projetos, como “Grito Acústico” e o “Poesia Acústica” te trouxeram grande visibilidade. De que outras formas essas experiências contribuíram para a sua carreira?
Para mim, é sempre muito valioso participar de projetos, pois sou uma pessoa que ama trocas. Adoro conhecer pessoas novas e ouvir os pensamentos e as letras de outros artistas.
A inspiração que vem de outras pessoas sempre somou muito às minhas próprias criações. Acredito que um artista não é feito só de si mesmo, mas de inúmeras experiências. Então, todos esses projetos, desde as trocas até o ato de ouvir as letras e conhecer as histórias por trás delas — muitas vezes, de forma aprofundada —, me fazem sentir uma artista mais completa.
Com isso, entendo a potência que surge quando unimos grandes artistas, grandes pessoas e, principalmente, grandes sonhos. Esses projetos são muito valiosos para mim por causa disso: pela experiência da troca, da fala e da palavra. Sou apaixonada por momentos em que podemos dividir nossas histórias.
Neste ano, você lançou algumas colaborações com outros artistas. Como é o processo de criativo nesses projetos conjuntos?
Bom, na maioria dos meus processos criativos, eu e os outros artistas nos encontramos pessoalmente. Eu dou preferência para isso, para que a gente possa ter exatamente o que eu tanto prezo: a troca mesmo, ali, pessoal, do olho no olho, do sentir, da interação, da intuição. Acho que a gente consegue ter uma fluidez melhor.
Esses processos criativos, muitas vezes, funcionam também à distância. Às vezes, quando não conseguimos nos encontrar com a outra pessoa, você faz uma música, ou a pessoa faz e te manda. Mas, no geral, eu escrevo as minhas letras e, se a composição for minha, tento sempre auxiliar a pessoa a entender o que estou querendo dizer. Mas geralmente isso é muito intuitivo.
Quando a letra é de outra pessoa, eu tento seguir muito o que ela quer dizer, para que tenha um enredo, uma história. Eu prezo muito por isso também: quando as histórias têm enredo, quando a gente pode entender e nos inserir dentro da música, sabe? Sentir como se aquela música fosse nossa.
Eu acho que a graça das músicas, da arte, é essa: quando você pode se colocar no lugar do outro e ver a sua história acontecendo nela.
Então, geralmente os processos criativos são bem intuitivos mesmo. E sempre prezo por fazer o que eu amo, que é conhecer pessoas novas. Não tenho muito isso de “ah, tem que ser com fulano, tem que ser com ciclano”. Para mim é muito intuitivo e, muitas vezes, acontece de deixarmos uma letra no estúdio, né? E aí vem alguém, coloca a voz e, poxa, vira uma supermúsica. É um processo muito natural para mim.
Quais são seus planos na música para os próximos meses?
No mês de setembro, oficialmente, eu começo os trabalhos do meu novo projeto acústico, que já era um sonho meu há um tempo. E este projeto vai falar muito sobre mim também.
Continuando o enredo do meu primeiro álbum, “Um Pouco de Mim”, acho que este vai falar muito mais. Visto que é um estilo de onde eu surgi, sabe? Tem essa questão do acústico de que eu gosto, do instrumental, da música orgânica.
Além disso, vou conseguir trabalhar mais músicas também, algumas regravações minhas. Quero trazer regravações de outros artistas, algumas músicas novas. Enfim, vai ser bem legal, bem incrível, tenho certeza.
É isso, aguardem. Até o final do ano, estará aí para vocês: Lorena Acústico.
Fale sobre sua experiência como titular Abramus. Você sente que fazer parte da associação oferece proteção e apoio à sua carreira musical?
Bom, eu considero que ser associada da Abramus mudou minha perspectiva sobre as coisas, sabe? Mudou minha percepção e a forma de proteger minhas músicas.
Comecei a entender mais sobre o valor delas e a me sentir realmente mais protegida. Conheci pessoas que me ajudaram muito. Então, com certeza, me sinto muito feliz por fazer parte da Abramus.