Preta Rara não tem só rimas potentes. Ela é, por si só, uma potência.
Rapper, historiadora, estrategista criativa, criadora de conteúdo e escritora, Preta entrelaça todas suas experiências em uma arte com identidade própria, que comunica, mobiliza e representa.
No Hip-Hop, encontrou voz, propósito e direção. Através do rap expressa suas vivências, compartilha suas ideias e faz da arte um meio de existir, resistir e dialogar com quem vive realidades semelhantes.
A música em sua formação
A relação com a música veio de casa. Preta cresceu ouvindo os discos do pai e participando de grupos musicais na igreja com a família. Foi lá que, aos 10 anos, teve sua primeira experiência como cantora.
Pouco depois, começou a escrever rimas e a se interessar pelas letras do rap. Nas rádios comunitárias, conheceu o Movimento Hip-Hop e passou a enxergar a música como espaço de consciência e transformação.
Entre rimas e o corre
Em 2005, aos 20 anos, montou o grupo feminino de rap Tarja Preta. Nos sete anos seguintes, ela se apresentou pelo país, abriu shows, conquistou prêmios e se fortaleceu na cena. Em 2013 ela decidiu seguir carreira solo.
Em paralelo, Preta se formou em História e lecionou para adolescentes da periferia. Neste período, se envolveu em diversos projetos que aumentaram sua visibilidade e alcance, inclusive na internet.
Entre som e atitude
Buscando experimentar ritmos com base no rap e com letras que refletiam suas experiências, Preta lançou seu primeiro álbum, “Audácia”, em 2015.
Produzido de forma independente, o trabalho trouxe dez faixas entre músicas e poesias, abordando racismo, desigualdade de gênero e autoaceitação.
Tratando desses mesmos temas, em 2017 Preta criou a websérie “Nossa Voz Ecoa”, com participações de Criolo, Liniker, Erica Malunguinho e outros nomes importantes para sua história.
Relatos de resistência
Preta também é criadora do #EuEmpregadaDoméstica. O projeto teve início em 2016, após compartilhar em suas redes sociais um relato sobre os abusos que sofreu na época que trabalhava como doméstica.
A publicação teve grande repercussão e levou à criação de uma página no Facebook, que se tornou espaço de denúncia e reflexão sobre a realidade dessas trabalhadoras no Brasil.
Em 2019, o projeto deu origem ao livro “Eu, empregada doméstica: a senzala moderna é o quartinho da empregada”, reunindo memórias de Preta e histórias de outras mulheres.
Multiplicando sua presença
Em 2020, Preta estreou como apresentadora no programa do Globoplay, “Talk Five”. Desde então tem desenvolvido diferentes projetos, relacionados à diversidade e representatividade.
Também segue se dedicando à música, tendo colaborado com outros artistas nas faixas “Cabelo Bom” e “Aeropurpurinada”.
Gostou de conhecer a trajetória de Preta Rara? Siga o artista nas redes sociais para não perder as novidades: @pretararaoficial
Texto: Anna Ferreira | Arte: Marcela Maciel