Um dos nomes mais importantes do rap brasileiro, Rappin’ Hood agora é representado pela Abramus. Cantor, compositor, produtor, apresentador e, também, ativista. Hood tem uma carreira sólida, sendo referência na cena musical nacional.
Cria de Heliópolis, ainda criança aprendeu a tocar alguns instrumentos e aos 14 anos começou a compor. Em 1989, foi o vencedor em um campeonato de rap, e então não parou mais.
No início da década de 1990, formou o grupo Posse Mente Zulu (PMZ), lançando um dos grandes sucessos “Sou Negrão”. Anos mais tarde, lançou dois volumes de “Sujeito Homem”, essenciais para o rap nacional.
A inovação ao misturar rap e samba, as letras potentes abordando temas tão necessários, consolidaram Rappin’ Hood musicalmente, abrindo portas para diferentes parcerias.
Em 2001, participou do álbum de Sabotage, “Rap É Compromisso”. Já em 2005, ao lançar “Sujeito Homem 2”, contou com a participação de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arlindo Cruz, Jair Rodrigues, Dudu Nobre e Zélia Duncan.
Também gravou faixas para o filme “Meu Tio Matou um Cara”, uma delas em parceria com Luciana Mello, e participou como músico convidado em uma faixa do álbum “Imunidade Musical”, de Charlie Brown Jr. Em 2019, Hood fez uma parceria com a cantora japonesa MIC, no single “Try”.
Rappin’ Hood se aventurou ainda nas telinhas. Entre 2008 e 2009, foi o apresentador do programa “Manos e Minas”, voltado para o hip hop, na TV Cultura. Em 2016, fez sua primeira apresentação no Rock in Rio.
Reconhecimento e Ativismo
Hood é, sem dúvidas, um artista diferenciado. Seu talento, inovação e posicionamento, o fazem ser reconhecido como uma das vozes mais influentes do rap de protesto.
Suas letras traduzem a realidade das periferias, abordando questões sociais urgentes. Recentemente, o rapper lançou “Ponto 41”, em que questiona a violência e o porte de armas.
Com uma trajetória sólida, veio o reconhecimento. Em 2001, 2003 e 2007, recebeu o Prêmio Hutúz nas categorias Revelação, Personalidade do Ano e Site de Rapper, respectivamente.
Essa foi a principal premiação do hip hop brasileiro, e integrou o Festival Hutúz, criado pela Central Única das Favelas (CUFA), e realizado de 2000 a 2009.
Em 2005, o videoclipe de sua música “Us Guerreiro” foi indicado ao Prêmio MTV, na categoria “Melhor Clipe de Rap”.
Recentemente, participou do Elo Feat dos Sonhos, prêmio de valorização da música regional que promove a gravação de uma música autoral de um artista e seu ídolo.
Para além da música, Hood atua em projetos sociais para transformar a realidade dos jovens. Em 2021, ele fundou a Associação Cultural e Educacional Posse Mente Zulu, uma entidade sem fins lucrativos ligada à Universal Zulu Nation.
Na Associação, Rappin’ Hood apresenta seu estudo e prática com a Linguagem Hip Hop em seus fundamentos, apresentando cada elemento dessa cultura: DJ’s, MC’s, Breaker’s e Grafiteiros. Também estão previstas aulas de educação financeira, capoeira, percussão, entre outras.
Foto: Felipe Gabriel/Red Bull Content | Texto: Lorena Storani
