Francisco Tenório Cerqueira Júnior, conhecido como Tenório Jr., representado pela Abramus e considerado um dos grandes nomes da bossa nova e do samba-jazz, teve seu corpo identificado 49 anos após seu desaparecimento

A confirmação foi feita no sábado, 13 de setembro, pela Embaixada do Brasil na Argentina e pela Justiça argentina. A identificação foi conduzida pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) e comunicada à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

O músico desapareceu em 18 de março de 1976, durante uma turnê na Argentina, na qual acompanhava Vinicius de Moraes e Toquinho. O grupo se apresentava em casas de show em Buenos Aires. Após um dos concertos, Tenório Jr. saiu do hotel e nunca mais foi visto.

Mais tarde, foi confirmado que ele havia sido vítima da ditadura militar argentina. De acordo com a EAAF, o pianista foi morto com cinco tiros, provavelmente 48 horas antes de ser sepultado. Seu corpo foi enterrado sem identificação.

A descoberta só foi possível graças aos avanços da ciência forense. A confirmação veio por meio de exames de impressões digitais, realizados a partir de um levantamento feito pela Procuradoria de Crimes contra a Humanidade, órgão argentino.

Para a família, que por décadas lutou por respostas, a notícia representa um passo fundamental, embora a jornada por justiça e pelo esclarecimento completo das circunstâncias de sua morte continue.

A descoberta encerra uma dolorosa incerteza, mas também reforça a memória de um artista brilhante, cujo legado musical foi brutalmente interrompido.