Reconhecido como um dos grandes ícones do samba, Adilson Bispo é o nome do Sintonizando de hoje! 

Com uma trajetória consistente e um legado admirado, o artista se consolidou como um dos principais compositores do gênero, destacando-se pela sensibilidade ao transformar sentimentos profundos em músicas que emocionam e envolvem. 

Autor de clássicos como “Conselho” — composta com Zé Roberto —, Adilson deixou sua marca em diversas gerações com versos intensos, que continuam a inspirar. Suas criações também ganharam projeção nas vozes de grandes nomes da música brasileira, como Beth Carvalho, revelando a amplitude e a força de sua obra. 

Sempre ativo e criativo, segue firme: compondo, cantando e mantendo viva sua conexão com o público. 

Vem sintonizar com Adilson Bispo! 

Pode contar como a música passou a fazer parte da sua vida? Quando surgiu a vontade de compor e de cantar? 

A música entrou na minha vida em 1981, quando fui convidado para ir ao pagode do Arlindo Cruz, no bairro de Cascadura, no Rio de Janeiro. 

Quanto à composição, eu já tinha o dom desde criança, mas não sabia.  

Minha mãe me contou que, naquela época, eu já escrevia algumas coisas. Por isso, quando cheguei no pagode do Arlindo e encontrei vários compositores, as parcerias foram se formando naturalmente — e as músicas foram saindo do forno! 

Quais os momentos mais difíceis que enfrentou ao longo da carreira, e de que forma essas experiências ajudaram a moldar sua caminhada? 

Sempre tive o sonho de ver uma música minha gravada e passei três anos correndo atrás da realização desse sonho. Foram muitas noites de idas e vindas (de 1981 a 1984) nas mais diversas rodas de samba para divulgar minhas obras. 

Em 1984, alcancei meu objetivo através da Beth Carvalho, que realizou meu sonho ao gravar o meu primeiro samba, chamado “Coração Feliz”. Essa experiência me ajudou a moldar minha caminhada, pois entendi que nunca devemos desistir dos nossos sonhos! 

Existe algum momento em especial, ao longo de sua carreira, que tenha deixado uma marca profunda e que você guarde com carinho até hoje? 

Me lembro de um show que fiz em um clube no bairro do Rio Comprido, onde a última música que cantei foi “Conselho”. Quando desci do palco, um rapaz me abraçou, chorando copiosamente, dizendo que essa música havia salvado a vida dele. 

Ele tinha se separado da esposa e sentia muita saudade, mas ela não queria reatar a relação. Preparou o cenário para se jogar do prédio onde morava, mas, antes de pular, ligou o rádio — e a música que estava tocando era “Conselho”. A letra foi fundamental para que ele desistisse da ideia e, algum tempo depois, voltasse para resgatar o casamento com a esposa. 

Essa história eu nunca mais esqueço! 

“Conselho” é, de fato, uma verdadeira mensagem de força, sabedoria e afeto. A composição é sua e do Zé Roberto, como foi o processo de escrita dessa obra?  

“Conselho” realmente é o meu maior sucesso, e o processo de composição foi o seguinte: O Zé Roberto chegou na minha casa com essa linda melodia e me mostrou, mas não tinha nada a ver com o início da letra que ele cantou. Conversa vai, conversa vem, e entre uma cerveja e outra, disse o seguinte “É, se “Conselho” fosse bom, não se dava, vendia!” 

A partir daí, desenvolvemos a letra, e a música é sucesso desde 1986, quando foi gravada, até os dias de hoje! 

Você segue ativo musicalmente e mantém uma conexão viva com o público. Pode contar um pouco sobre os projetos que estão por vir ou planos especiais para o futuro?  

Sim, continuo ativo e, através das redes sociais, estabeleço contato com o público. Em relação ao futuro, meu projeto é gravar mais um trabalho autoral e continuar me apresentando nos locais onde for convidado! 

Como tem sido a experiência como titular Abramus?  

Minha relação com a Abramus é muito saudável, pois sei que meus direitos autorais estão protegidos. E quando tenho alguma dúvida, sou prontamente atendido pela querida Ana Machado!